quinta-feira, 2 de setembro de 2010

As Guerras Médicas

Período Clássico estende-se entre 480 a.C. e 359 a.C. e é dominado por Esparta e Atenas. Cada um destas pólis desenvolveu o seu modelo político (a oligarquia militarista em Esparta e a democracia aristocrata em Atenas).

Ao nível externo verifica-se a ascensão do Império Persa Aqueménida quando Ciro II conquista o reino dos Medos. O Império Aqueménida prossegue uma política expansionista e conquista as cidades gregas da costa da Ásia Menor. Atenas e Erétria apoiam a revolta das cidades gregas contra o domínio persa, mas este apoio revela-se insuficiente já que os Jónios são derrotados: Mileto é tomada e arrasada e muitos Jónios decidem fugir para as colónias do Ocidente. O comportamento de Atenas iria gerar uma reacção persa e esteve na origem das Guerras Médicas (490-479 a.C.).

Em 490 a.C. a Ática é invadida pelas forças persas de Dario I, que já tinham passado por Erétria, destruindo esta cidade. O encontro entre Atenienses e Persas ocorrem em Maratona, saldando-se na vitória dos Atenienses, apesar de estarem em desvantagem numérica.

io prepara a desforra, mas faleceu em 485, deixando a tarefa ao seu filho Xerxes I que invadiu a Grécia em 480 a.C.. Perante a invasão, os Gregos decidem esquecer as diferenças entre si e estabelecem uma aliança composta por 31 cidades, entre as quais Atenas e Esparta, tendo sido atribuída a esta última o comando das operações militares por terra e pelo mar. As forças espartanas lideradas pelo rei Leónidas I conseguem temporariamente bloquear os Persas em Termópolis, mas tal não impede a invasão da Ática. O general Temístocles tinha optado por evacuar a população da Ática para Salamina e sob a direcção desta figura Atenas consegue uma vitória sobre os Persas em Salamina. Em 479 a.C. os gregos confirmam a sua vitória desta feita na Batalha de Plateias. A frota persa foge para o Mar Egeu, onde em 478 a.C. é vencida em Mícale.

A Liga de Delos e a Liga do Peloponeso


A Liga de Delos foi uma liga marítima organizada por Atenas durante asGuerras Médicas. Tinha como principal objetivo a defesa das cidadesgregas de um ataque persa. Sua sede era na cidade de Delos. O ateniense Aristides, o Justo, organizou a força marítima da liga em 476 a.C

Esparta e suas aliadas do Peloponeso no primeiro momento entraram na liga, mas depois consideraram que o perigo havia passado e abandonaram a liga.

As grandes cidades forneceram tropas e navios, enquanto as menores pagaram uma contribuição (phoros) ao tesouro de Delos. Depois da vitória contra os persas, Atenas forçou as cidades-estado aliadas a continuarem na liga, e transformou a contribuição de dinheiro em impostos (syntaxes)

Em 450 a.C., o tesouro da liga foi transferido de Delos para Atenas. Parte do dinheiro da liga foi gasto na reconstrução de Atenas, que atingiu seu máximo esplendor e transformou-se num império marítimo e comercial durante o governo de Péricles, que também foi responsável pela construção do Partenon.



A Liga do Peloponeso foi uma aliança de várias cidades-estados na península do Peloponeso, na Grécia Antiga, durante os séculos VI e V a.C..

No final do século VI a.C., Esparta se tornou a cidade-estado mais poderosa do Peloponeso, e detinha hegemonia política e militar sobre Argos, a segunda cidade-estado mais poderosa. Esparta adquiriu dois fortes aliados Corinto e Elis, libertando Corinto da tirania e auxiliando Elis a manter o controle dos Jogos Olímpicos. Esparta prosseguiu com a mesma estratégia para conseguir outros aliados em sua liga. Derrotou ainda Tegea em uma guerra de fronteira e lhes ofereceu aliança defensiva permanente; este era o ponto decisivo para a política externa espartana.

Muitas outras cidades-estados do centro e do norte da península do Peloponeso uniram-se a liga, que eventualmente incluia todos as cidades peloponesas, exceto Argos e Achaea. A superioridade espartana foi garantida quando Esparta derrotou Argos em batalha, em 546 a.C..

A liga estava organizada com Esparta como centro principal, e era controlada pelo conselho de aliados, que eram compostos de dois corpos. O primeiro corpo era a Assembléia dos Espartanos, e o segundo era o Congresso dos Aliados, no qual cada cidade-estado aliada possuía um voto independentemente do tamanho da cidade-estado ou de sua força geopolítica. Nenhum tributo era pago, exceto casos de guerra, onde um terço dos militares de um estados poderiam ser requisitados. Apenas Esparta poderia convocar um congresso da Liga. Todas alianças eram feitas em Esparta apenas, então os estados membros tinham que formar suas próprias alianças com os outros. E apesar de que cada cidade-estado tinha um voto, Esparta não era obrigada a obedecer qualquer resolução que a Liga viesse a tomar. Por isso, a Liga do Peloponeso não era exatamente uma "aliança" no sentido mais rígido da palavra (nem era completamente poleponesa na totalidade de sua existência).

A Guerra do Peloponeso


As relações entre Atenas e Esparta eram tensas, ainda que formalmente amigáveis durante as Guerras Médicas, agudizando-se gradualmente a partir de 450 a.C., com lutas frequentes e tréguas cíclicas, tudo pela disputa da hegemonia grega. Atenas, dominando politicamente a Liga de Delos (também chamada de Liga Marítima Ateniense), controlava o comércio marítimo com a sua poderosa frota, desfrutando igualmente de uma boa situação financeira. Esparta, por seu lado, assentava a sua estratégia política num exército imbatível e bem treinado, respondendo à Liga de Delos com uma confederação de cidades do Peloponeso (península no sul da Grécia) e da Grécia Central, a Liga do Peloponeso. O crescente poderio e a riqueza inigualável de Atenas alarmava Esparta, como dizia Tucídides. A guerra era assim inevitável, como pensava Péricles, que acumulou uma notável reserva financeira para suportar um conflito em larga escala. Em 445 a.C. ainda se chegou a uma acordo de paz previsto para trinta anos. Todavia, as alianças estavam feitas, e aí residia o detonador da guerra.


Corcira, colônia de Corinto, ponte natural entre a Grécia e o Ocidente, queria celebrar com Atenas uma aliança, que daria condições de dominar o comércio com o Ocidente. Corinto era aliada de Esparta, o que implicava que Córcira alinhasse nessa aliança. As cidades de Esparta, Corinto, Tebas e Mégara aliaram-se contra Atenas e seus aliados, dando início à Guerra do Peloponeso, que durou 27 anos, envolvendo quase todas as cidades-estados gregas, e provocou o enfraquecimento da Grécia.

De 431 a 421 a.C., os combatentes devastaram reciprocamente seus respectivos territórios sem chegarem a alcançar êxitos decisivos. A guerra começou na Primavera - no Outono e no Inverno não se combatia -, quando Tebas, aliada de Esparta na Grécia Central, atacou Platéia, do bloco ateniense. Esparta invadiu a Ática com seus aliados em 431 a.C.. Péricles, avaliando corretamente a superioridade do exército terrestre de Esparta, convenceu os atenienses a refugiar a população do território da polis ateniense dentro das longas muralhas que ligavam Atenas a seu porto, o Pireu, e a evitar uma batalha em terra com o superior exército espartano.

Atenas confiava em sua frota de trirremes para invadir o Peloponeso e proteger seu império e suas rotas comerciais, mas foi gravemente surpreendida pela deflagração de uma epidemia - conhecida como "Peste do Egito" - em 430 a.C., que matou cerca de um terço da população, inclusive Péricles. Apesar disso, a frota teve boa performance e foi estabelecida uma trégua de um ano, em 423 a.C. A guerra estava equilibrada e as cidades beligerantes desgastadas. Por isso, esse primeiro período foi encerrado em 421 a.C. pelo Tratado de Nícias (sendo esse o nome de um governante de Atenas), que garantia a paz durante cinqüenta anos. Aproveitando-se disso, as cidades aliadas a Atenas procuraram se libertar de sua opressão, ameaçando todo o sistema democrático que se apoiava na cobrança de tributos.

Trirreme grego

O declínio de Atenas marca a ascensão de Esparta e desfaz a única via possível para a unificação política do mundo grego, afetada rudemente com a devolução aos Persas das cidades da Ásia Menor em troca do seu ouro. A substituição do império ateniense, baseado no projeto de Delos, por um outro, militarizado, como o de Esparta, não trouxe grandes alterações ou momentos de grandeza helênica, pelo contrário, iniciou o apagar do "fogo grego".

A importância da guerra

A importância desta guerra reside também no fato de ter envolvido quase todos os Estados gregos, além de ter registrado um número sem precedentes de homens em armas e um elevado consumo de recursos materiais. O poder naval foi fundamental, num teatro de operações onde tal se justificava, pois desenrolou-se entre a Ásia Menor e a Sicília. Anteriormente, as guerras tinham uma curta duração, com alguns rencontros de infantaria (hoplitas) e poucos combatentes, sem grandes estratégias e investimentos logísticos, com um carácter simples e com o seu fim a depender de cadências pela fome ou fuga de uma facção. A Guerra do Peloponeso foi diferente: grandes blocos de Estados, várias áreas de combate, com estratégia definida e dependendo da ação de Esparta ou Atenas - uma, potência terrestre; a outra, naval e detentora de um império financeiro e comercial.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Período Helenístico

A partir do ano 350 a.C., uma nova civilização começou a crescer politicamente e militarmente no Mundo Antigo. A Macedônia, sob o domínio do rei Felipe II, iniciou um processo de expansão territorial que rompeu com a hegemonia do mundo grego. Tal invasão só foi possível devido às constantes disputas internas que levaram a enfraquecer o poderio militar grego.

Seguindo os passos do pai, o rei Alexandre, o Grande, continuou a expandir os domínios macedônicos até a Ásia Menor, chegando até a Índia. Esse vasto domínio de territórios controlados por Alexandre foi responsável por formar o chamado mundo helenístico. Essa região não só definia os limites do império macedônico, mas também indicava um conjunto de hábitos e práticas culturais institucionalizadas pelo governo alexandrino.

Sendo educado pelo filósofo grego Aristóteles, Alexandre entrou em contato com o conjunto de valores da cultura grega. Além disso, suas incursões pelo Oriente também o colocou em contato com outras culturas. Simpático ao conhecimento dessas diferentes culturas, o imperador Alexandre agiu de forma a mesclar valores ocidentais e orientais. É desse intercâmbio que temos definida a cultura helenística. Uma das mais significativas ações tomadas nesse sentido foi a construção da cidade de Alexandria, no Egito.

Dotada de complexas obras arquitetônicas, a cidade de Alexandria abrigava uma imensa biblioteca com um acervo superior a 500 mil obras. Outro hábito implementado pelo imperador era a promoção do casamento de seus oficiais e funcionários com mulheres de outras culturas. Com isso, Alexandre procurou singularizar o seu império transformando seu reinado em um campo de interpenetrações culturais.

Com sua morte, em 323 a.C., a unidade territorial do império foi perdida. Não deixando um sucessor direto ao trono, as conquistas deixadas por Alexandre foram alvo do interesse dos seus generais. Dessa disputa houve um processo de esfacelamento dos domínios macedônicos em três novos reinos. A dinastia ptolomaica dominou o Egito; os antigônidas ficaram com a Macedônia; e os selêucidas controlaram a Ásia.

A divisão político-territorial enfraqueceu a unidade mantida nos tempos de Alexandre. Durante o século II a.C., os romanos iniciaram seu processo de expansão territorial, resultando na dominação do antigo Império Macedônico.